sábado, 29 de junho de 2013

Posfácio




Todo meu dinheiro se foi em bons livros e roupas vagabundas. 
Enquanto isso, enrugueço.
Enrugueço grata às roupas baratas e aos livros.

As rugas, mapas insuspeitos dos oceanos,
continentes e abismos que visitei em 
meus ótimos livros, vestida apenas de
um coração perguntador, permanecerão
até que o Capítulo Final seja lido;
quando para mim chegar o 'para sempre'. 



sexta-feira, 28 de junho de 2013

domingo, 23 de junho de 2013

VRS:NSMV:SMQL:IVB


A Luz Sagrada seja minha Espada
Não seja teu membro meu comandante
Vade retro, Gollum do Inferno
Nunca me aconselhes coisas vãs
É o egoísmo o que tu me ofereces
Bebe tu mesmo os teus venenos

O Cajado Sagrado seja meu Mestre
Não sejam tuas mãos meus guias
Vade retro, Vampiro das Trevas
Nunca me poluas a alma
É a eternidade solitária que me ofereces
Goze tu mesmo teus artifícios

A Dieta Sagrada seja meu Refúgio
Não sejam tuas palavras meu governo
Vade retro, Príncipe da Sedução
Nunca me possuas o corpo
É a boca fétida que tu me ofereces
Engole tu mesmo teus perdigotos


sábado, 22 de junho de 2013

Desabafo



Quer saber? Só tenho uma palavra para você

Concêntrico
Centrípeto
Indivisível
Incompartilhável
Ilha-ilhota
Id-ota

Pode escolher.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Poemando








Rimas
     Ricas
          Não
             Seriam
                   Se
                     Ricos
                          Fossem
                                Os Poetas




quarta-feira, 5 de junho de 2013

Difícil Amor



"As pessoas (com auxílio de convenções) resolveram tudo da maneira mais fácil e pelo lado mais fácil da facilidade; contudo, é evidente que precisamos nos aferrar ao que é difícil; tudo o que vive se aferra ao difícil, tudo na natureza cresce e se defende a seu modo e se constitui em algo próprio a partir de si, procurando existir a qualquer preço e contra toda resistência. Sabemos muito pouco, mas que temos de nos aferrar é uma certeza que não nos abandonará. É bom ser solitário, pois a solidão é difícil (...). Amar também é bom: pois o amor é difícil. Ter amor, de uma pessoa por outra, talvez seja a coisa mais difícil que nos foi dada, a mais extrema, a derradeira prova e provação, o trabalho para o qual qualquer outro trabalho é apenas preparação. (...) A princípio o amor não é nada do que se chama ser absorvido, entregar-se e unir-se a outra pessoa. (Pois o que seria uma união do que não é esclarecido, do inacabado, do desordenado?) O amor constitui uma oportunidade sublime  para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo, tornar-se um mundo, tornar-se um mundo para si mesmo por causa de uma outra pessoa; (...) Quem observa com seriedade descobre que, assim como para a morte, que é difícil, também para o difícil amor não se reconheceu ainda nenhum esclarecimento, nenhuma solução, nem aceno, nem caminho. Para essas duas tarefas, que carregamos e transmitimos secretamente sem esclarecer, nunca se achará uma regra comum baseada em um acordo."
 Rainer Maria Rilke, Cartas a um Jovem Poeta


terça-feira, 4 de junho de 2013

Las Conversations Imaginaires (la revanche)




  • A. "Eu não entendo muitos poemas... H., cê gosta de poesia?"
  • H. "Deus me livre e guarde de poesia!"

  • X. "Meu número é 333"
  • Y. "?"
  • X. "Meio besta"

  • D. "(...) você é uma pessoa sem personalidade!"
  • L. "Num tenho mesmo não... só me pedem CPF e RG"

  • F. "Como pode o peixe vivo viver fora da água fria?"
  • L. "Dançando break"